A Freguesia

Touro, um retalho da Beira Alta

A freguesia é todo um corredor natural, atravessado pelo rio Côvo, que até 800 do século passado se apelidou de Touro, constelação surgida na antiga via romana, que levava para Lamego, cruzando caminhos e povoações. Adomingueiros, terra fértil de moinhos. Hidráulica e serranias, nas Faldas da Nave, soberania da natureza, numa paisagem que atravessa todo o planalto. Freguesia de corgos, que inundam os campos e provêm lameiros, onde apascenta gado e se irriga a agricultura dos vales. Terra de oráculos e capelas, de dólmenes e arqueologia, terra antiga de amor, que ergueu santuário ao Senhor da Boa Sorte e escadaria de granito que sobe até à gigante cruz, onde pousa Nossa Senhora, também ela da Boa Sorte. A Póvoa, lugar de agricultura e de pastorícia, a Cerdeira, das cerejas, Avesseira, do mel, Viduinho da agricultura e da Anta de grande dimensões que simboliza o povo antigo que aqui chegou há mais de 5 mil anos,

“Touro, carácter serrano, águas de mil e uma nascentes, toda uma Beira num ritual de passagem.”

Natureza e tradição

Terras altas, de mais de 800 metros de altitude, toda a freguesia é marcada pelo granito e pelo Côvo, rio de moinhos e regadio, terras de tojo e carqueja, de pinheiros e soutos, que abrigam perdizes e patos bravos, lebres e javalis, por entre campos de milho e centeio. A ternura do granito, a secura do planalto, a enxuteza das gentes, essa vontade que renasce na mão da miudagem. É freguesia grande, de enormes tradições, de culto religioso, como a Santo Antão, a São Francisco, a Santo António, ao Senhor do Amparo.